Nódulo de Tireoide

Detecção e Tratamento

Diagnóstico e Seguimento

Os nódulos tireoidianos são alterações comuns na glândula tireoide, caracterizadas pelo crescimento anormal de células nesta região. Embora a maioria dos nódulos seja benigna, uma pequena porcentagem pode estar associada ao câncer de tireoide, tornando essencial o diagnóstico precoce e adequado.


Prevalência

A presença de nódulos na tireoide é frequente na população, especialmente em mulheres e idosos. Estudos indicam que cerca de 50% da população adulta pode apresentar nódulos tireoidianos detectados por ultrassonografia, embora apenas 5 a 10% desses casos sejam malignos. Fatores como deficiência ou excesso de iodo como no lugol ( iodo em formulas manipuladas), histórico familiar e exposição à radiação podem influenciar sua formação.


Etiopatogenia

A etiopatogenia dos nódulos tireoidianos está relacionada a diversos fatores, incluindo alterações genéticas, influências hormonais e exposição ambiental. Entre as causas mais comuns estão:

  • Bócio multinodular: crescimento irregular da tireoide devido à deficiência de iodo ou fatores genéticos.
  • Adenomas: tumores benignos originados da proliferação de células foliculares da tireoide.
  • Cistos tireoidianos: formações líquidas ou semissólidas dentro da glândula.
  • Neoplasias malignas: câncer de tireoide, incluindo carcinoma papilífero, folicular, medular e anaplásico.


Diagnóstico

O diagnóstico dos nódulos tireoidianos é feito por meio de exames clínicos e complementares. Entre os principais métodos utilizados estão:

  • Ultrassonografia da tireoide: avalia o tamanho, formato e características do nódulo, ajudando a diferenciar entre nódulos benignos e suspeitos.
  • Dosagem hormonal: verifica os níveis de TSH, T3 e T4 para avaliar a função tireoidiana.
  • Punção aspirativa por agulha fina (PAAF): exame citológico que permite identificar a presença de células malignas.
  • Cintilografia da tireoide: utilizada em casos de hipertiroidismo para avaliar a captação do radioiodo pelos nódulos.
  • Classificação TI-RADS: sistema de estratificação de risco baseado em achados ultrassonográficos como a presença de calcificações, margens, posicionamento dentro da glândula e ecogenicidade , que classificam os nódulos de acordo com sua suspeita de malignidade:
    • TI-RADS 1: Nenhum nódulo
    • TI-RADS 2: Nódulo benigno
    • TI-RADS 3: Baixa suspeita de malignidade
    • TI-RADS 4: Suspeita moderada de malignidade
    • TI-RADS 5: Alta suspeita de malignidade
    • TI-RADS 6: Câncer de tireoide confirmado


Marcadores Moleculares

Nos casos de nódulos tireoidianos indeterminados ( Bethesda III e IV) pela citologia, testes moleculares são ferramentas auxiliares para definir o risco de malignidade e orientar a conduta clínica. No Brasil, alguns dos principais testes moleculares disponíveis incluem:

  • Painel de mutações genéticas: pesquisa de alterações nos genes BRAF, RAS, RET/PTC, PAX8/PPARγ, entre outros.
  • Gene Expression Classifier (GEC): avalia padrões de expressão gênica para estimar a benignidade ou malignidade do nódulo.
  • Next-Generation Sequencing (NGS): método avançado que analisa vários genes simultaneamente para identificação de mutações associadas ao câncer de tireoide.
  • myRisk Thyroid (myrThype): teste que avalia a expressão de genes específicos para estimar a probabilidade de malignidade em nódulos indeterminados.


Importância do Diagnóstico Precoce

A detecção precoce de nódulos tireoidianos suspeitos de malignidade é fundamental para um prognóstico favorável. Quando diagnosticado em estágios iniciais, o câncer de tireoide apresenta altas taxas de cura, especialmente nos casos de carcinoma papilífero e folicular. O acompanhamento regular com exames adequados permite identificar alterações sugestivas de malignidade e possibilita o tratamento oportuno, seja por cirurgia, terapia com iodo radioativo ou acompanhamento clínico.

Em resumo, os nódulos tireoidianos são frequentes e, na maioria dos casos, benignos. No entanto, a investigação detalhada por meio de exames de imagem, citologia e testes moleculares é essencial para diferenciar os casos suspeitos de câncer, garantindo um manejo adequado e um melhor prognóstico para os pacientes.


Referências

As informações contidas neste texto foram baseadas em artigos publicados em revistas indexadas e diretrizes de sociedades médicas especializadas, como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a American Thyroid Association (ATA).

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